Wednesday, December 14, 2005

A Aprendiz

O nome do programa é "The next top model of America". A Roberto Justus é uma modelo negra, linda e histriônica e que usa casaco de pele de oncinha.
Uma das concorrentes - a mais linda - bebe demais, faz bundalelê. ( é uma mistura de BBB com O Aprendiz e elas estão voltabndo de um sushi bar). Penso que a descontrolada vai ganhar, que a Kate Moss só ganha dinheiro desde que teve overdose, que o modelo de modelo comporta isso hoje em dia e a sociedade moderna blábláblá. Ela é a mais linda, a mais metida. Ela vai ganhar.
Uma delas chora, diz que tem medo que o mundo da moda pise nela, faça o que fez com a mãe dela. Hã? Claro, eu me solidarizo, mãe, que sé yo, choro, fragilidade. O juri elogia, até então ela tinha sido uma deusa fria _e ela tem coração (não deixe as pessoas saberem, informa a chefe das modelos).
Inacreditável, perfeito para a pesquisa, a irritante e interminável pesquisa do feminino.
E eis que elas tem que decorar e vender _vejam só_ um perfume, um perfume que representa a personalidade delas. Perfume é o outro tema da pesquisa, nesta semana.
(explico, neste parêntese: a Victoria Secrets lançou um perfume que eu não sei como chama. O slogan é "are you ready to get sexy?". A concorrência, Givenchy _que agora sei pronunciar, ai, zazá como você é tudo, lançou um que se chama "Very Irrésistible". Desnecessário explicar. A indústria do perfume é profissional. Muito provavelmente fazem aqueles grupos qualitativos, com psicólogos que ficam vendo, pelo vidro, mulheres de todas as idades ansiosas, tentando jogar o cabelo para trás, calculadamente e naturalmente ao mesmo tempo, tentando se requebrar como a Britney. O elixir para ser sexy. É do mundo do mágico, dos curandeiros. Sim, todos a favor dos perfumes, dos perfumes sexys, dos perfumes e dos cheiros naturais, de tudo, tudo, mas esse perfumes tem que ser tão doces? Eu tenho enxaqueca)
As modelos decoram os perfumes, para um juri da indústria de perfume (os perfumes dos pobres, os perfumes dos ricos e eu sempre lembro do conto que meu querido Pedra escreveu na Ácaro, sacou tudo). Elas tem de fazer a defesa oral de suas fragâncias. Terrível. Ah, antes elas tinham de fazer uma sessão de fotos, no meio do deserto, com vento e chuva artificiais, sujas de graxa. Mais boca, mais sensualidade. Eu tenho pena delas e esse é o meu problema. Eu defendo modelos, até o fim.
E defender e achar que aqui http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1411200517.htm está muito da opressão moderna submetida à geração de mulheres, a minha, fica estranho, ou soa fora do lugar, parecer queimadora de sutiãs (mientras tanto ela, fake e tranqüila, um pouco vaga, perguntará: "Queimar o que? Eu não uso sutiã". Rá)
Vamos interromper, por hoje: vou sair, tenho que secar o cabelo.

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